A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, descreveu como “difíceis” os dias em que esteve detida pelas autoridades israelitas, após participar na flotilha humanitária Global Sumud, que pretendia romper o bloqueio a Gaza. À chegada a Lisboa, a dirigente bloquista deixou um alerta sobre o tratamento aos prisioneiros palestinianos nas cadeias israelitas, sublinhando a impunidade das forças de segurança de Israel.
“Percebemos claramente a diferença entre ser europeu e palestiniano naquela prisão. Por muito difíceis que tenham sido os dias para nós – e foram –, por muitos abusos que tenhamos sofrido – e houve muitos –, isso deu-nos apenas uma pequena noção daquilo que os palestinianos enfrentam diariamente”, declarou Mortágua no aeroporto Humberto Delgado, onde chegou cerca das 22h30.
“Não há direitos nas cadeias israelitas”
Ao lado de Mortágua, o ativista Miguel Duarte reforçou as denúncias:
“Não existem direitos dos prisioneiros nas prisões israelitas. Se nós tivemos algum tipo de proteção, foi porque somos europeus e porque houve mobilizações por todo o mundo a acompanhar o que se estava a passar com a flotilha.”
Regresso marcado pelo apoio popular

Além de Mariana Mortágua e Miguel Duarte, regressaram também a Lisboa a atriz Sofia Aparício e o ativista Diogo Chaves, que integravam a mesma missão humanitária internacional.
À chegada, os quatro foram recebidos por centenas de apoiantes, empunhando bandeiras da Palestina, cartazes de solidariedade e entoando palavras de ordem como “Libertem a Palestina” e “Obrigado Mariana, Sofia, Diogo e Miguel por nos representarem”.
Entre os presentes no aeroporto estavam dirigentes e ex-dirigentes do Bloco de Esquerda, como Francisco Louçã, Catarina Martins, Jorge Costa, Luís Fazenda, entre outros.
Uma ação humanitária com eco internacional
A flotilha Global Sumud reuniu participantes de vários países e pretendia chamar a atenção da comunidade internacional para a situação humanitária na Faixa de Gaza. As embarcações foram intercetadas por forças israelitas em águas internacionais, o que gerou protestos e pedidos de libertação imediata dos detidos por parte de várias organizações e partidos em Portugal e no estrangeiro.
Contexto político
O regresso dos ativistas ocorre em plena campanha para as eleições autárquicas de 12 de outubro, com Mariana Mortágua temporariamente substituída por Marisa Matias nas ações públicas do Bloco de Esquerda.
A dirigente bloquista prometeu continuar a dar voz à causa palestiniana e a denunciar os abusos cometidos por Israel, afirmando que a experiência vivida reforça o compromisso político e humanitário com os direitos humanos e o direito internacional.











