A greve nacional da Administração Pública teve início esta quinta-feira com uma forte adesão nos serviços municipais, especialmente nos setores da recolha de resíduos e higiene urbana, deixando vários concelhos com a recolha de lixo paralisada desde o início da noite.
Segundo o STAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, os efeitos da paralisação já se fazem sentir nos municípios de Loures, Moita, Palmela e Seixal, onde os serviços de recolha noturna encerraram totalmente. A adesão também foi elevada noutros concelhos, com destaque para:
- Amadora – 90%
- Vila Franca de Xira – 95%
- Barreiro – 71%
- Évora – 80%
- Almada, Lisboa, Sintra e Funchal – com impacto significativo nos serviços de limpeza urbana
O sindicato antecipa que a paralisação se intensifique ao longo do dia 24 de outubro, atingindo escolas, serviços municipais e empresas do setor público local, num protesto contra aquilo que classifica como uma política de empobrecimento levada a cabo pelo atual governo PSD-CDS, com o apoio do Chega e da Iniciativa Liberal, e com a “conivência ou apoio” do PS.
Reivindicações salariais e defesa dos serviços públicos
A greve é convocada em defesa da valorização salarial e profissional dos trabalhadores da Administração Pública e da melhoria dos serviços públicos, exigindo medidas como:
- Aumento mínimo de 15% nos salários (ou 150 euros, o que for mais elevado)
- Base remuneratória de 1.050 euros
- Subsídio de refeição de 12 euros
- Valorização de todas as carreiras e revogação do SIADAP
- Combate à precariedade e reposição do vínculo de nomeação
O STAL, que integra a Frente Comum, acusa o governo de manter uma proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) que “cedeu aos interesses dos grupos económicos”, enquanto **ignora os trabalhadores que garantem os serviços essenciais à população”.
“Há condições financeiras. Haja é vontade política!”, defende a direção nacional do sindicato, referindo que o país registou um excedente orçamental de 1% do PIB no primeiro semestre de 2025 e mais de 2 mil milhões de euros de saldo positivo até agosto.
Ribatejo também afetado
Embora os dados estejam ainda a ser atualizados, o sindicato prevê fortes impactos também nas autarquias da região da Lezíria do Tejo, nomeadamente na recolha de resíduos, escolas, transportes municipais e serviços administrativos. A Câmara de Vila Franca de Xira, onde a adesão já atinge os 95%, é um dos exemplos do impacto da paralisação a norte do distrito de Santarém.
Os dados de adesão à greve estão a ser atualizados em tempo real no site oficial do sindicato: www.stal.pt/dadosgreve








