Uma leitora do Mais Ribatejo apresentou uma queixa online a relatar que, após uma queda no local de trabalho na sexta-feira, 17 de outubro de 2025, tentou por três vezes contactar a Linha SNS 24 sem sucesso, acabando por recorrer diretamente à urgência do Hospital Distrital de Santarém (HDS).
Segundo a queixosa, a primeira chamada para o SNS 24 foi feita às 18h57, seguindo-se mais duas às 19h01 e às 19h04. Na última chamada, esteve em linha durante 13 minutos e 51 segundos sem obter resposta. Refere ainda que deu entrada na urgência do HDS às 19h08, antes de qualquer atendimento por parte da linha de triagem telefónica.
“Dizem que o SNS 24 faz triagem e encaminha para os serviços adequados. Mas isso é quando atendem. Quando não atendem, a pessoa pode morrer à vontade, pois a linha dá-lhe tempo para isso”, desabafa a leitora na mensagem enviada ao jornal.
Resposta oficial da SPMS
Questionada pelo Mais Ribatejo, a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) afirma que não tem registo de falhas no SNS 24 na data e nas horas referidas. No entanto, admite que em dias e horas de maior procura, o tempo de espera por atendimento pode aumentar, o que poderá ter sido o caso nesta situação.
“Lamentamos estas situações, que ficam aquém dos níveis de serviço esperados”, refere a SPMS.
Para responder ao aumento da procura, nomeadamente no âmbito do projeto “Ligue Antes, Salve Vidas”, a SPMS garante que tem reforçado a capacidade de resposta do operador da linha, aumentando a bolsa de profissionais e otimizando os circuitos de atendimento.
A SPMS sublinha que a Linha SNS 24 conta atualmente com mais de 3.200 profissionais de saúde, um crescimento face aos cerca de 2.500 em 2024 e 1.600 em outubro de 2023. Além disso, tarefas não clínicas como o agendamento de consultas foram transferidas para assistentes administrativos, libertando os profissionais de saúde para o contacto clínico direto com os cidadãos.
Segundo a SPMS, entre junho e setembro de 2025, a linha atendeu mais de 1,6 milhões de chamadas, um crescimento de 56% face ao período homólogo do ano anterior. De acordo com os dados fornecidos, 58% das chamadas foram atendidas em menos de dois minutos, 6% até cinco minutos e 15% até 15 minutos.
A SPMS destaca ainda a introdução de novos serviços digitais, como a triagem digital respiratória, com mais de 852 mil triagens realizadas.
A SPMS salienta ainda que entre junho e setembro, mais de 20 mil utentes ficaram em autocuidados no domicílio com seguimento do SNS 24 e foram agendadas mais de 300 mil consultas nos cuidados de saúde primários, evitando deslocações desnecessárias e aliviando a pressão sobre os serviços de urgência.
A queixa da leitora será agora remetida formalmente às entidades competentes, esperando-se que contribua para o aperfeiçoamento contínuo do serviço público de triagem e aconselhamento clínico.











