Samuel Fontes, vereador do Chega, assume pelouros em áreas-chave como Mobilidade, Cultura e Economia Local. AD governa com apoio da extrema-direita
O novo presidente da Câmara Municipal de Tomar, Tiago Carrão, eleito pela Aliança Democrática (PSD/CDS-PP), definiu esta terça-feira a distribuição de pelouros para o mandato 2025-2029, num modelo de governação que oficializa o apoio político do Chega, partido ao qual foi atribuída responsabilidade executiva no novo ciclo autárquico.

O vereador Samuel Fontes, eleito pelo Chega, vai assumir áreas com forte visibilidade e impacto na vida da cidade, como a Gestão da Mobilidade, Economia Local, Mercados e Feiras, Cemitérios Municipais, Gabinete Veterinário Municipal e a Biblioteca Municipal. A sua entrada no executivo marca a primeira vez que o Chega participa diretamente na governação municipal de Tomar.

A composição do novo executivo resulta de um entendimento político entre a AD e o Chega, que não tinha maioria absoluta, viabilizando assim a governação liderada por Tiago Carrão. A decisão tem gerado reações de surpresa e contestação, tanto nos meios políticos como na sociedade civil tomarense, pelo alinhamento da direita tradicional com a extrema-direita.

Presidente assume Finanças, Turismo e Proteção Civil
Tiago Carrão concentrou em si os pelouros de finanças municipais, proteção civil, comunicação, investimento, turismo, cultura, habitação, associativismo e desporto, além da articulação com as freguesias e da coordenação geral dos serviços.
A vice-presidente Célia Bonet, também da AD, ficará com as pastas da educação, ação social, seniores e voluntariado, recursos humanos, atendimento ao munícipe, jurídico, auditoria interna e defesa do consumidor, entre outros serviços administrativos e organizacionais.
Já a vereadora Sandra Cardoso, da AD, assume os pelouros relacionados com obras municipais, infraestruturas, urbanismo, jardins, equipamentos, licenciamento de obras e juventude.

Nova estrutura de apoio à Presidência
Na estrutura de apoio à presidência, foi designada como chefe de gabinete Ana Isabel Palmeiro Calado, em regime de exclusividade. A equipa inclui ainda os secretários Fernando Cândido e António Pedro Costa, bem como o assessor Telmo Farinha, com funções de articulação institucional e apoio estratégico.

Um acordo com implicações políticas
A integração do Chega no executivo municipal de Tomar através do vereador Samuel Fontes representa uma alteração significativa no quadro político local. O entendimento entre a AD e o Chega, que permite à coligação governar sem maioria absoluta, confirma a crescente influência do partido de extrema-direita nas autarquias portuguesas, fenómeno que se tem vindo a intensificar nos últimos ciclos eleitorais. A oposição já manifestou preocupação com a aproximação da maioria a posições políticas extremadas.
















