O Rotary Club de Almeirim promove no próximo dia 5 de Abril, pelas 21 horas, no Auditório da Biblioteca Municipal Marquesa de Cadaval, em Almeirim, a palestra Memórias da Guerra Colonial proferida por Álvaro Joaquim Ribeiro, antigo furriel miliciano que esteve em serviço no teatro de operações de Moçambique entre 1969 e 1971. A entrada é livre.
No mês em que se assinala o cinquentenário do 25 de Abril, o Rotary Club de Almeirim lança o repto à comunidade para uma ampla reflexão sobre as Memórias da Guerra Colonial.
Sabendo-se que entre 1961 e 1974 foram mobilizados para as ex-colónias mais de 1 milhão de jovens portugueses, que aqueles 13 anos de guerra colonial – na Guiné – Bissau, Angola e Moçambique – provocaram cerca de 15 mil deficientes e, que além das feridas físicas, há ainda 50 mil ex-combatentes a sofrer de stress pós-traumático, muitos dos quais vivem ainda numa guerra que os acompanha para a vida e influencia familiares e amigos, o Rotary Club de Almeirim traz à praça pública esta temática, contrariando o silenciamento sobre a Guerra Colonial e o seu impacto na atual sociedade. “Um silenciamento parcialmente explicado por razões que têm a ver com as particularidades do regime que impôs a guerra e do processo de democratização que se lhe seguiu, apoiado numa autorrepresentação benevolente da experiência ultramarina portuguesa, que muito contribuirá para disfarçar o facto de Portugal partilhar com muitos outros ex-impérios coloniais europeus uma descolonização por cumprir”, refere o Rotary Clube de Almeirim.
O movimento rotário tem desenvolvido grandes esforços no sentido da construção da Paz, do entendimento e da compreensão mundiais e os clubes rotários sempre foram elos de uma cadeia para unir as pessoas em torno dessa ideia. Por isso, o RCA entende que “recordar um conflito que, direta ou indiretamente, a todos afetou (e ainda afeta) constitui uma boa oportunidade para refletirmos sobre o que verdadeiramente acarretam os conflitos e como as suas consequências sobre os indivíduos e as comunidades se podem prolongar no tempo”.
Falar sobre experiências e memórias de quem viveu a guerra na primeira pessoa pode ser uma forma ajudar quem partilhe tais vivências, mas principalmente transmitir importante ensinamentos aos mais novos que as não viveram. E esta pode ser uma outra forma de “criar esperança no mundo”.