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Arrábida reconhecida como Reserva da Biosfera da UNESCO

A serra e o mar da Arrábida ganham estatuto internacional pela sua biodiversidade e práticas sustentáveis

A Serra da Arrábida, situada na Península de Setúbal, acaba de ser oficialmente reconhecida como Reserva da Biosfera da UNESCO, juntando-se ao grupo restrito de áreas do mundo com ecossistemas únicos e modelos inovadores de desenvolvimento sustentável.

O anúncio foi feito esta sexta-feira, durante uma cerimónia da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) realizada em Hangzhou, na China, no encerramento do Congresso Mundial de Reservas da Biosfera. A Arrábida integra agora a lista de 30 novas reservas da biosfera divulgadas este ano, ao lado de áreas naturais de outros países lusófonos, como Angola, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe.

Um território de exceção

A candidatura da Arrábida foi submetida em setembro de 2024 pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), em articulação com as câmaras municipais de Palmela, Sesimbra e Setúbal, e com o apoio do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). O processo teve início em 2016 e contou com forte envolvimento das comunidades locais, promovendo a região como “um laboratório vivo de sustentabilidade”, segundo a AMRS.

A UNESCO destaca que a nova reserva da biosfera se estende por 200 quilómetros quadrados, ao longo de uma “impressionante costa atlântica”, dominada pelas falésias calcárias da Serra da Arrábida, matagais mediterrânicos, pinhais densos, grutas escondidas e ecossistemas marinhos vibrantes.

Com mais de 1.400 espécies de plantas, representando 40% da flora portuguesa, e cerca de 70 espécies raras e endémicas, a Arrábida é uma referência nacional em biodiversidade. A fauna inclui 200 espécies de vertebrados terrestres e mais de 2.000 espécies marinhas, com destaque para golfinhos-roaz, robalos e salmonetes-vermelhos.

Cerca de 68 mil pessoas vivem na área da reserva, distribuídas por vilas rurais, cidades históricas e portos de pesca, como os de Setúbal e Sesimbra, onde resistem práticas tradicionais como a pesca artesanal, a produção de Moscatel e a cultura da azeitona.

Um passo para o futuro sustentável

A nova classificação da UNESCO deverá impulsionar estratégias de conservação integrada, reforçando a restauração de habitats, práticas de pesca sustentável e o turismo responsável na região. A área já integrava zonas da Rede Natura 2000 e o Parque Marinho Luiz Saldanha, uma zona de proteção total onde são proibidas atividades humanas, por ser local de reprodução de espécies sensíveis como cavalos-marinhos e chocos.

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, que já em 2024 tinha declarado apoio à candidatura, considerou agora que este reconhecimento “projeta a Arrábida a nível mundial”, reforçando o seu valor ecológico, económico e cultural.


A classificação da Arrábida como Reserva da Biosfera da UNESCO representa um reconhecimento internacional do património natural e humano da região, e um novo capítulo na valorização sustentável do território.

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