Líder comunista acusa adversários de se unirem para atacar gestão da CDU na polémica sobre alegada mesquita em Samora Correia
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, criticou este domingo, 7 de outubro, em Samora Correia, concelho de Benavente, a “estranha unidade” entre partidos da oposição local, que acusa de se terem juntado “para atacar a CDU”, numa alusão implicita à polémica em torno de uma alegada intenção de construir uma mesquita naquela freguesia ribatejana.
“Quando é para atacar a obra coletiva da CDU, juntam-se todos à volta uns dos outros”, afirmou Raimundo num comício de campanha, sublinhando a convergência entre PS, PSD, CDS-PP e Chega na oposição ao projeto, que a autarquia de Benavente, liderada pela CDU desde 1979, garante nunca ter recebido formalmente.
Em junho, o vereador socialista Pedro Gameiro — atual candidato à presidência da Câmara Municipal — participou numa manifestação contra a suposta construção de um templo religioso, acompanhado por dirigentes locais de outras forças partidárias. A iniciativa envolveu também representantes do PSD, CDS-PP e Chega.
No seu discurso, Paulo Raimundo afirmou confiar na população de Samora Correia, que “saberá distinguir a demagogia e a mentira da verdade e do trabalho”, e denunciou o que considera ser uma tentativa de pôr em causa o papel da CDU enquanto força reivindicativa junto do Governo.
“Sabemos bem o que gostariam: uma gestão municipal ao serviço de uns poucos”, acusou, recordando que a CDU sempre assumiu um papel ativo na exigência de investimentos públicos. O líder comunista destacou ainda que o concelho de Benavente se tornou “apetecível para o negócio e para a especulação”, e alertou para os riscos de aproveitamento indevido com a anunciada construção do novo Aeroporto de Lisboa em Alcochete.
Sobre a campanha eleitoral, Raimundo apelou aos militantes da CDU para redobrarem esforços até ao último dia, com um tom bem-humorado: “Se calhar já doem as pernas… Arranje-se o Voltaren. Se calhar já não há voz suficiente. Há umas pastilhas boas também na farmácia”, disse, incentivando os contactos porta a porta.
Num tom firme, o secretário-geral do PCP garantiu que a CDU não aceita “calúnias, mentiras, demagogia nem ataques pessoais”, reconhecendo que “nem tudo foi feito na perfeição”, mas sublinhando que “não há deficiências estruturais” na governação comunista em Benavente.