InícioEconomiaNERSANT dinamizou webinar sobre Blockchain e a transparência na cadeia alimentar

NERSANT dinamizou webinar sobre Blockchain e a transparência na cadeia alimentar

A introdução de tecnologia Blockchain é uma das práticas de sustentabilidade e transparência cada vez mais utilizadas pela cadeia alimentar, resultando na entrega de melhores produtos para as pessoas e para o meio ambiente. Foi esta a conclusão do webinar “A Transparência na Cadeia Alimentar e a implementação da Blockchain”, realizado no passado dia 24 de maio, pela NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém.

Na tarde de 24 de maio, a NERSANT dinamizou para mais de 40 participantes, o webinar “A Transparência na Cadeia Alimentar e a implementação da Blockchain”. Pedro Félix, Vice-Presidente da Comissão Executiva da NERSANT, acolheu a plateia virtual agradecendo a presença de participantes e oradores. Prosseguiu, afirmando que o objetivo desta sessão é “analisar a aplicação das tecnologias de blockchain – sistema que está na ordem do dia em muitas áreas – na cadeia alimentar”.

O webinar – o terceiro seminário de um conjunto de quatro workshops dinamizados ao abrigo do projeto financiado Farm to Fork New Business – Inovação e Empreendedorismo no Sistema Alimentar, prosseguiu precisamente com a apresentação deste projeto, que conta com o apoio do Compete 2020 no âmbito do SIAC. Sofia Plaza, da NERSANT, explicou que o mesmo “visa estimular o empreendedorismo qualificado e inovador no setor agroalimentar, no âmbito da estratégia europeia para a sustentabilidade dos sistemas alimentares, sensibilizando e capacitando os jovens e empreendedores que pretendam criar um novo negócio, para os desafios e oportunidades associados a esta temática”. Foram elencados ainda os objetivos estratégicos do projeto, que passam pela “sensibilização das PME do setor agroalimentar para os benefícios de uma transição para modelos de desenvolvimento sustentáveis, o apoio à geração de ideias inovadoras e iniciativas empresariais que conduzam ao reforço de empresas recém-criadas e à criação de novas empresas orientadas para o mercado global na fileira agroalimentar, aproveitando o potencial do paradigma da sustentabilidade, e ainda o desenvolvimento e reforço da cooperação, parcerias e redes de apoio ao empreendedorismo qualificado”. Para o cumprimento destes objetivos, explicou ainda a NERSANT, a associação vai desenvolver diversas atividades, entre elas a produção de informação para o empreendedorismo nos sistemas alimentares sustentáveis, a realização de um programa de capacitação dirigido a jovens e empreendedores, a realização de laboratórios de inovação, a realização de um concurso de ideias e, por fim, a dinamização de uma cimeira internacional – “Farm to Fork – New Way For Business”.

Ana Ferreira, da SGS, foi a oradora que se seguiu. Com o mote “A sofisticação do Supply Chain”, a profissional falou sobre a importância da digitalização da cadeia de fornecimento da indústria alimentar, como forma de “evitar fraudes”, mas também de conseguir melhores produtos, tanto para as pessoas, como para o meio ambiente. “As práticas de sustentabilidade e transparência são cada vez mais valorizadas pelo consumidor final”, referiu Ana Ferreira, dando de seguida algumas dicas para assegurar maior integridade na cadeia de fornecimento, tais como “acesso e conhecimento em tempo real da cadeia, garantir o cumprimento de requisitos ao longo da cadeia, identificar, monitorizar e medir as melhorias e ter uma visão holística das cadeias de fornecimento e não apenas como dados, ou seja, ir para além da visibilidade”, o que só se consegue através de tecnologia, como a Blockchain.

Especificamente sobre o tema, interveio Miguel Matos, Professor auxiliar do Instituto Superior Técnico. “Perspetivas sobre integração de blockchain na cadeia alimentar” foi o tema explanado pelo docente, que começou por explicar o que é uma blockchain e para que tipo de aplicações pode ser usada.

Miguel Matos explicou que a blockchain pode ser usada para “rastrear toda a cadeia alimentar – do prado ao prato – através do registo de dados (transações), registos veterinários, abate, transporte, processamento e distribuição”. Este rastreio, continuou o profissional, permite “monitorizar padrões de consumo de forma mais precisa, reduzindo desperdícios, uma maior eficiência de processos, eliminando trabalho duplicado e registos em papel, uma maior facilidade e eficiência na fiscalização e regulamentação e automação certificados venda/exportação”.

Para além disso, acrescentou Miguel Matos, a tecnologia blockchain permite “rapidez na identificação da origem de lotes problemáticos – de sete dias no processo tradicional para 2.2 segundos – bem como implementar práticas de sustentabilidade e transparência cada vez mais valorizadas pelo consumidor final e maximizar o potencial através da interligação com outras tecnologias”, sendo por isso, uma tecnologia promissora para a cadeia alimentar.

Como caso de estudo, o webinar apresentou a Veracruz, empresa com cinco propriedades nos concelhos do Fundão e Idanha-a-Nova, transformadora e distribuidora de amêndoas, que através de tecnologia smart farming, visa a responsabilidade social e a sustentabilidade.

Edson Brandi explicou que “a empresa aplica o que existe de mais moderno em agricultura de precisão, com o objetivo de fazer o uso eficiente e evitar o desperdício dos recursos”. “A Veracruz aposta no uso da tecnologia para reduzir o impacto de variantes não controláveis na agricultura, tais como equipamentos de rega de precisão (gota-a-gota), colheita mecanizada, sondas e estações meteorológicas, digitalização de campo com gestão agrícola e drones especializados e monitorização online”, para além de estabelecer “parcerias com universidades voltadas para a melhoria em eficiência produtiva, sustentabilidade e qualidade da amêndoa”.

Assim, acrescentou Edson Brandi, a empresa, através do seu Sistema de Gestão Agrícola, efetua uma “digitalização das atividades de campo, um controlo dos gastos de insumos agrícolas, para além de efetuar ainda o acompanhamento do uso de água através da utilização de sensores de temperatura, previsão do tempo, humidade do solo, etc.”.

A Veracruz efetua ainda a gestão de cultivo por imagens aéreas, conseguindo identificar “o stress hídrico, o vigor das árvores, a taxa de homogeneidade e o número de árvores”. Quanto ao cálculo do número de árvores, “consegue-se saber as perdas de árvores mortas e economia por deteção de potenciais mortes”.

“ A Veracruz é a primeira empresa produtora de amêndoa a ter seu processo rastreado”, revelou Edson Brandi, acrescentando que a “a tecnologia blockchain, em fase de implementação, possibilitará que os consumidores das amêndoas Veracruz acompanhem o trajeto dos alimentos de forma 100% automatizada e em tempo real através das etiquetas de rastreabilidade QR Code”. “Temos colocado na blockchain uma quantidade muito grande de informações. Acreditamos que esta tecnologia agrega valor ao nosso produto: é mais confiável, mais seguro e mais sustentável”, concluiu o profissional.

A sessão encerrou na voz de João Santos, da NERSANT, que deu a conhecer à plateia virtual os apoios existentes para a criação de empresas, nomeadamente os programas do IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional, PAECPE – Programa de Apoio ao Empreendedorismo e Criação do Próprio Emprego e o Empreende XXI. Foi ainda dada a conhecer a Call Turismo, da Portugal Ventures, que está a receber até 3 de julho candidaturas de projetos empresariais neste setor de atividade. A NERSANT, fez saber João Santos, dá apoio à elaboração de candidaturas da região do Ribatejo.

De referir que o webinar “A Transparência na Cadeia Alimentar e a implementação da Blockchain” foi o terceiro de um conjunto de quatro webinares no âmbito do projeto Farm to Fork New Business, estando ainda em agenda a sessão “Novas práticas e soluções inovadoras para a agricultura sustentável” (31 de maio, 14:30). O conjunto de seminários está a ser realizado no âmbito da Feira do Empreendedorismo, Emprego e Formação, a decorrer no portal Compro no Ribatejo (https://compronoribatejo.pt/feira/3-feira-empreendedorismo-emprego-e-formacao) até 31 de maio.

Para mais informações sobre o projeto “Farm to Fork New Business – Inovação e Empreendedorismo no Sistema Alimentar”, os interessados devem contactar a NERSANT através dos contactos farmtofork@nersant.pt ou 249 839 500.

De referir que o projeto “Farm to Fork New Business – Inovação e Empreendedorismo no Sistema Alimentar” é apoiado pelo Compete 2020 no âmbito do SIAC, inserindo-se na estratégia de apoio ao empreendedorismo qualificado que a NERSANT tem vindo a desenvolver na região.

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