A escritora Teolinda Gersão foi distinguida com o Grande Prémio de Romance e Novela APE | DGLAB 2024 pelo livro Autobiografia Não Escrita de Martha Freud (Porto Editora). O júri, presidido por José Manuel de Vasconcelos e composto por António Apolinário Lourenço, Carlos Nogueira, Isabel Cristina Rodrigues, Liberto Cruz e Maria João Reynaud, deliberou a atribuição do prémio por unanimidade.
Na ata, o júri sublinha que a obra dá “plena existência à figura de Martha Bernays e ao processo de autognose que esta empreende, com base na releitura da correspondência trocada com Freud durante o período do seu noivado, entre 1882 e 1886”. O romance é descrito como um “magnífico retrato psicológico de uma mulher que impugna o poder patriarcal que a silenciou e oprimiu durante várias décadas, um poder que ainda prevalece na sociedade atual”.
A narrativa, acrescentam os jurados, alia “força imaginativa na reconstituição do passado” a um “talento narrativo excecional”, confirmando Teolinda Gersão como uma das mais importantes escritoras portuguesas contemporâneas.
Segunda vez distinguida
Esta é a segunda vez que Teolinda Gersão conquista o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, criado em 1982 e atualmente patrocinado pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), pela Câmara Municipal de Grândola, pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Instituto Camões. O galardão tem um valor monetário de 15 mil euros.
A cerimónia pública de entrega será anunciada oportunamente.
Uma carreira marcada por distinções
Com uma obra traduzida em 20 países, Teolinda Gersão é autora de 20 livros e tem recebido alguns dos mais prestigiados prémios literários nacionais, como o Prémio do PEN Clube, o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco, o Prémio Fernando Namora e o Prémio Literário Vergílio Ferreira pelo conjunto da obra.
Professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa, foi também leitora em Berlim, viveu no Brasil e em Moçambique, e foi escritora residente da Universidade de Berkeley em 2004. Algumas das suas obras têm sido adaptadas ao cinema e ao teatro, em Portugal e no estrangeiro.
Em 2023, venceu a 28.ª edição do Grande Prémio de Literatura dst com o livro O Regresso de Júlia Mann a Paraty.










