A poeta Carla Louro, natural de Santarém, é a vencedora da primeira edição do Prémio de Poesia Nuno Júdice, com o original “Entra-se na Casa pelo Pátio”. A distinção, no valor de 1.500 euros, foi atribuída por unanimidade pelo júri e o livro será publicado pelas Publicações Dom Quixote em março de 2026.
A obra foi escolhida entre 222 candidaturas e apresentada sob o pseudónimo Clara Fazenda. O prémio, criado no âmbito da celebração dos 60 anos da Dom Quixote, pretende homenagear Nuno Júdice (1949-2024), um dos mais influentes poetas da língua portuguesa. O anúncio foi feito esta terça-feira, 29 de outubro, na livraria Buchholz, em Lisboa.
Segundo o júri, presidido pela poeta e editora Maria do Rosário Pedreira, “Entra-se na Casa pelo Pátio” é “um livro íntimo, feminino e muito emotivo, embora nunca sentimental”, destacando-se pela “poesia clara, mas não simplista”. O júri salienta ainda a contenção expressiva do texto, que contrasta com a sua profundidade emocional e literária.
O júri foi ainda composto por Cecília Andrade, editora da Dom Quixote e dos livros de Nuno Júdice, e pelos escritores e poetas Ricardo Marques, Filipa Leal e Sandra Mendes.
Entre os elementos mais marcantes do livro, destacam-se “as analogias e metáforas aparentemente simples, mas que se revelam inesquecíveis”, em particular as que se referem às linhas — “as linhas do poema, dos cadernos e as linhas de coser”.
Carla Louro, nascida em 1969, é licenciada em Arquitetura pela Universidade Lusíada e exerce funções na Câmara Municipal de Abrantes. A autora revelou que há sete anos considerava reunir os seus poemas num livro, decisão que tomou ao saber da criação deste prémio. A estreia literária agora reconhecida junta-se ao seu percurso de leitora assídua de Nuno Júdice, Ana Luísa Amaral e Adília Lopes, nomes que aponta como referências fundamentais.
O Prémio Nuno Júdice destina-se a livros de poesia inéditos e tem como objetivo valorizar a criação poética contemporânea e homenagear o legado literário de Nuno Júdice.
