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Fábrica da Tupperware em Constância vai ser vendida com preço mínimo de 10 milhões de euros

A antiga fábrica da Tupperware, localizada na freguesia de Montalvo, concelho de Constância, distrito de Santarém, vai ser colocada à venda com um valor mínimo de 10 milhões de euros, nove meses após ter sido declarada insolvente. A informação foi confirmada à agência Lusa por Paulo Valério, presidente da comissão de credores e advogado responsável pelo processo.

Segundo o responsável, a venda abrangerá o edifício, maquinaria e equipamentos, num pacote integrado, sendo adjudicada a quem apresentar a proposta mais elevada, desde que em conformidade com as condições a fixar. A operação será conduzida pela consultora KPMG e deverá arrancar “nas próximas semanas”, adiantou.

A venda será realizada através de propostas em carta fechada, que serão abertas na presença do administrador judicial. A avaliação atualizada do complexo industrial ascende a 8,59 milhões de euros, com os bens móveis avaliados em 3,9 milhões de euros, os imóveis em 4,67 milhões e uma fração rústica em cerca de 12 mil euros.

Trabalhadores são os principais credores

Os cerca de 200 trabalhadores despedidos com o encerramento da fábrica são os principais credores do processo, com créditos laborais no valor de 9,074 milhões de euros. Paulo Valério confirmou que aproximadamente um terço desse montante já foi pago através do Fundo de Garantia Salarial. A informação foi igualmente validada por trabalhadores e pelo presidente da Câmara Municipal de Constância, Sérgio Oliveira.

“É um direito que os trabalhadores têm e que lhes garante algum apoio nesta fase difícil, enquanto prossegue o processo de venda da fábrica”, afirmou o autarca, sublinhando que o pagamento total das indemnizações depende da alienação dos ativos.

O passivo global reconhecido ascende a 11,47 milhões de euros, sendo expectativa da comissão de credores que o produto da venda permita o ressarcimento integral dos trabalhadores, embora tal dependa das propostas que venham a ser apresentadas.

Dívidas internacionais em cobrança

Paralelamente, decorre um processo de cobrança de dívidas a empresas internacionais do universo Tupperware, localizadas na Irlanda e Suíça, cujo valor conjunto ultrapassa os 15 milhões de euros.

Futuro incerto da unidade

O futuro da unidade fabril permanece incerto. A continuidade da atividade industrial no local não está excluída, mas a produção de artigos da marca Tupperware depende da titularidade de licenças específicas, atualmente não detidas.

“A produção específica de produtos Tupperware estaria dependente da titularidade de licença para o efeito, o que não se verifica”, afirmou Paulo Valério. No entanto, um eventual comprador poderá negociar com os detentores dos direitos de propriedade industrial da marca para obter essa licença.

A fábrica de Montalvo iniciou atividade em 1980 e chegou a empregar cerca de 260 pessoas. A produção cessou em janeiro de 2025 e a insolvência foi declarada a 10 de fevereiro, após a retirada das licenças de produção e comercialização da marca Tupperware em Portugal.

A empresa era detida em 74% pela Tupperware Portugal – Artigos Domésticos Unipessoal, Lda., e em 26% pela Tupperware Ibéria.

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