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Autárquicas: André Ventura volta ao distrito de Santarém e reivindica “renascimento da direita” com base em declarações de Passos Coelho

Em mais uma passagem pelo distrito de Santarém, desta vez no concelho do Entroncamento, o líder do Chega, André Ventura, voltou a posicionar-se como protagonista da direita portuguesa e a criticar o PSD e o seu atual presidente, Luís Montenegro. A visita inseriu-se no périplo da campanha autárquica do partido, marcada por declarações que alimentam a já habitual retórica populista e polarizadora do dirigente.

Ventura referiu-se às recentes palavras de Pedro Passos Coelho, antigo primeiro-ministro e ex-líder do PSD, que defendeu não haver “linhas vermelhas” a entendimentos com o Chega em contexto autárquico. Para o presidente do Chega, essa posição é sinal de um “renascimento da direita” em Portugal.

“A direita tem que se assumir naquilo que é: firme no combate à corrupção, firme no combate à imigração ilegal, firme pela segurança… contra as minorias que não trabalham”, declarou Ventura, numa frase que levanta, mais uma vez, preocupações quanto ao discurso de exclusão social frequentemente associado ao partido.

O líder do Chega acusou ainda o PSD de estar “adormecido” e apontou críticas ao atual primeiro-ministro e líder social-democrata, Luís Montenegro, por este ter considerado “ruído” o debate sobre acordos pós-eleitorais nesta fase final da campanha. Para Ventura, Montenegro “não evoluiu”, ao contrário do que diz ter acontecido com Passos Coelho.

Retórica repetida e discurso divisivo

Conhecido por declarações polémicas, André Ventura voltou a colocar o Chega como “a única direita em Portugal” e considerou que as palavras de Passos Coelho confirmam essa ideia. No seu discurso, misturou temas como imigração, segurança e burocracia, aproveitando para reiterar a visão de que “o país estaria melhor” se o PSD se tivesse entendido com o Chega antes das eleições legislativas de maio.

A intervenção surge num momento em que o partido tenta ampliar a sua base autárquica, mantendo uma campanha marcada por forte mediatismo e apelos diretos ao eleitorado, muitas vezes com mensagens que têm sido alvo de críticas por parte de organizações da sociedade civil, académicos e observadores políticos, que acusam Ventura de promover desinformação e de alimentar discursos de ódio e exclusão.

O presidente do Chega, André Ventura (3D) acompanhado pelo candidato do Chega à Camara Municipal do Entroncamento, Nelson Cunha (2D) numa ação de campanha para as eleições autárquicas de dia 12 de outubro, esta tarde no Entroncamento, 7 de outubro de 2025. MIGUEL A. LOPES/LUSA

Candidato presidencial à vista?

Questionado sobre uma eventual candidatura presidencial e o desejo de ter o apoio de Pedro Passos Coelho, Ventura respondeu de forma evasiva:

“Eu quero é que o povo me apoie. É isso que eu quero.”

Com a campanha a entrar nos últimos dias, a presença de Ventura no distrito de Santarém — onde o Chega procura reforçar posições — confirma a estratégia de proximidade com eleitores em zonas de média dimensão, apostando num discurso que explora divisões sociais e políticas.

A deslocação ao Entroncamento foi mais um episódio dessa narrativa, que apesar das críticas, continua a gerar atenção mediática e a polarizar o debate político nacional.

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