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Portagens na A23 e desafios da interioridade foram temas em destaque na Feira Empresarial de Constância

A NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, no âmbito do seu Núcleo de apoio aos concelhos de Abrantes, Constância, Mação e Sardoal, realizou na Casa Memória de Camões, em Constância, o debate aberto à comunidade “Os Desafios da Interioridade”. O debate, inserido na Feira Empresarial de Constância, voltou a ter como tema principal as portagens na A23 e a desertificação do interior, em paralelo com a falta de políticas verdadeiras de mudança para o interior do país.

Estas fragilidades foram largamente discutidas pelos quatro representantes dos municípios de Abrantes, Constância, Mação e Sardoal presentes no debate, pelo Vice-Presidente da direção da NERSANT, Domingos Chambel e também pela Presidente do Conselho Intermunicipal do Médio Tejo, Anabela Freitas.

Os vários autarcas reforçaram que nos seus concelhos existem atratividades naturais, históricas, culturais mas não é fácil implementar políticas concretas para atrair e fixar pessoas no interior do país. “É fundamental que o ensino superior e o ensino profissional seja repensado de acordo com as necessidades das empresas da região, para que daqui a 5, 10 anos existam quadros técnicos que se queiram fixar”, reforçou a mesa, que deixou ainda, mais adiante, uma preocupação em relação às redes de comunicação móvel e internet, “que urge reforçar”.

O Vice-Presidente da direção da NERSANT, Domingos Chambel, referiu que “a perda da população que se sente no interior será uma constante em 10, 15 anos. Nos últimos tempos não se vê vontade política do Estado em definir políticas de fundo para o interior”. Salientou ainda que deveria existir de imediato “uma redução do IRC na região”, e acrescentou que “existem três fatores importantes que todos devemos trabalhar em conjunto para melhorar a nossa região: reforçar a mão-de-obra qualificada; melhores acessibilidades; e mais e melhores fatores de captação de quadros técnicos”.

Relativamente às melhores condições de acessibilidades, o empresário Domingos Chambel quis particularizar. “Embora se tenha reduzido em 25% os custos de mobilidade na A23 para veículos de mercadorias e pesados, os empresários continuam estrangulados. Por exemplo, uma empresa que tenha 8 camiões a circular, e que durante 270 dias esteja na estrada, vai pagar muito mais na A23 do que na A1. Veja-se bem: pagamos mais 40% para circular na A23 do que para circular na A1. Estes valores são impensáveis e derrubam-nos”, referiu, solicitando à Presidente da CIMT a mobilização de esforços para se alterar esta realidade, acrescentando que “a NERSANT continua a pressionar o Governo para rever este e outros assuntos que são importantes para o futuro desta região.” Ainda em relação às acessibilidades, Domingos Chambel falou da necessidade de uma nova travessia do Tejo: “em relação à futura ponte, espero que a sua concretização esteja para breve. Já estamos a aguardar há tempo demais”.

Em jeito de resposta às várias situações colocadas pela mesa e às dificuldades sentidas diariamente pelos empresários, Anabela Freitas, Presidente da CIMT e que também é Presidente da Câmara Municipal de Tomar, viu-se obrigada a concordar com a mesa ao afirmar que “todos os 13 municípios da CIMT têm uma riqueza de património fantástica, mas que isso não chega. Falta efetivamente estratégia para garantirmos todos o melhor para os nossos municípios”, começou por dizer. “Cabe-nos a nós, CIMT, com o apoio dos autarcas e da NERSANT, definirmos em conjunto uma estratégia única para conseguirmos mais e melhor para a região. Devemos fazer uma estratégia comum e apostar num bom marketing territorial assente em três eixos: as autarquias, as empresas, o ensino superior e o profissional. Todos nós queremos que as nossas empresas continuem a trabalhar bem, e temos que saber vender o nosso território: para investir, para viver, para trabalhar”, fez saber Anabela Freitas.

A líder da CIMT defendeu ainda que “neste momento, os instrumentos de gestão do território são um entrave para o desenvolvimento do mesmo. Todos os municípios têm um Plano Diretor Municipal e dentro destes está o Plano de Pormenor. É incomportável que estes instrumentos de gestão demorem anos a ser revistos. Com isto estamos a penalizar as empresas que não podem esperar anos por uma resposta. É preciso mudar estas políticas para bem da região e de quem quer investir”.

Anabela Freitas relatou ainda que a CIMT já deu alguns passos para atrair mais pessoas para a região, dando como exemplo o programa de atração de turistas e visitantes, o StayOver Fátima-Tomar, e que está atenta a outros assuntos que podem afetar a competitividade da região. Referia-se ao fecho da Central Termoelétrica do Pego, em relação à qual “já tomámos uma posição, dado o número de postos de trabalho que estão em causa.”

Paralelamente ao Debate Aberto, decorrido no dia 28 de setembro, decorria na zona ribeirinha do rio Zêzere, em Constância, a 2.ª edição da Feira Empresarial do Núcleo NERSANT dos concelhos de Abrantes, Constância, Mação e Sardoal, e que deu a conhecer, de 27 a 29 de setembro, algumas empresas e produtos destes territórios.

Tratou-se de uma organização da NERSANT, através deste seu núcleo, com o apoio dos Municípios abrangidos pelo mesmo. No próximo ano, a Feira Empresarial vai realizar duas edições: uma em Mação e outra em Sardoal. As datas serão anunciadas no ano 2020.

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