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Época de incêndios começa sexta-feira – Dispositivo distrital de Santarém de combate a fogos rurais com reforço de meios

Na apresentação do plano distrital de combate a incêndios florestais 2020, os responsáveis da Proteção Civil do Distrito de Santarém afirmam a sua confiança na capacidade para enfrentar a época de incêndios rurais que se inicia esta sexta-feira.

Comandante Mário Rui Silvestre em vídeoconferência

“Temos um dispositivo forte, bem estruturado e alicerçado em muita experiência”, declarou o comandante distrital do CDOS Mário Rui Silvestre, na apresentação do plano de combate a incêndios rurais do distrito de Santarém para 2020, numa videoconferência que contou com a participação dos responsáveis da Proteção Civil Distrital, da GNR, e dos Bombeiros.

Com preocupações redobradas face ao combate à covid-19, os responsáveis do CDOS – Comando Distrital de Operações de Socorro de Santarém e da Comissão Distrital de Proteção Civil do Distrito de Santarém apresentaram ontem aos jornalistas, através de vídeoconferência, o Plano de Operações Nº 2 do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais 2020.

GNR sinalizou 1.500 proprietários por falta de limpeza dos terrenos no distrito

“Por esta altura no ano passado registavam-se cerca de 7.000 possíveis infrações à lei da floresta, número que este ano está reduzido para 1.500 sinalizações de falta de limpeza de terrenos, o que nos faz encarar com algum otimismo a nova época de incêndios rurais, afirmou o comandante da GNR Luís Patrício.

De salientar que os proprietários dos terrenos têm este ano um prazo dilatado até final de maio para regularizar a limpeza dos terrenos em redor das habitações das aldeias e das estradas.

Por sua vez, o presidente da Comissão de Proteção Civil do Distrito de Santarém, Miguel Borges, também afirma a sua “confiança no civismo dos portugueses” e acredita que “até final de maio muitos dos 1500 proprietários sinalizados pela GNR irão limpar os seus terrenos”, conforme determina a lei.

O também presidente da Câmara do Sardoal recorda que “no ano passado, o município do Sardoal contraiu um empréstimo de 100 mil euros para poder realizar a limpeza dos terrenos, no caso dos proprietários não o fazerem, e quando chegámos ao final do ano apenas gastámos 5.000 euros. Por isso, acreditamos que as ações de sensibilização vão ter efeitos positivos e que os proprietários vão cumprir os seus deveres”, afirmou Miguel Borges.

“Portugal sem fogos depende de todos, rigorosamente de todos”, salienta o comandante Mário Rui Silvestre, salientando a importância determinante do comportamento dos cidadãos. “São os comportamentos dos cidadãos que criam as situações de risco e 99% dos incêndios têm origem humana”, declara Mário Rui Silvestre, sublinhando que “não ajuda nada os bombeiros ter as viaturas dos populares nos acessos aos incêndios, com as pessoas que vão ver o fogo…”

Dispositivo de combate reforçado pelos sapadores das Comunidades Intermunicipais

O dispositivo de combate a incêndios no distrito de Santarém mantém-se idêntico ao do ano passado e as principais mudanças dizem respeito às medidas de prevenção da covid-19, de modo a preservar ao máximo os operacionais, e ao reforço de meios com as brigadas de sapadores florestais criadas pelas Comunidades Intermunicipais da Lezíria do Tejo e do Médio Tejo, que trazem um reforço de 30 operacionais, duplicando para quatro o número de brigadas de sapadores afetas ao dispositivo.

Distrito vai ter 838 operacionais, 119 veículos e 4 meios aéreos na fase crítica

Na fase mais crítica, o dispositivo de combate a incêndios do distrito de Santarém vai contar com 838 operacionais, 119 veículos e quatro meios aéreos, segundo afirmou o comandante distrital do CDOS Mário Rui Silvestre. Além dos corpos de bombeiros do distrito, que constituem o grosso do dispositivo, o plano distrital conta com equipas de sapadores florestais do Instituto Nacional de Conservação da Natureza, das Comunidades Intermunicipais do Médio Tejo e da Lezíria do Tejo, e das associações de produtores florestais, além das equipas das forças de segurança e das forças armadas.

Os quatro meios aéreos do distrito continuam sedeados em Ferreira do Zêzere, com um helicóptero ligeiro e um pesado, um ligeiro em Pernes e um médio no Sardoal. O dispositivo conta ainda com uma frota de máquinas de rastos dos municípios do distrito.

O comandante distrital de operações de socorro de Santarém, Mário Silvestre, salienta que “em termos gerais, o dispositivo beneficia de um incremento de meios disponíveis, mas é muito semelhante ao do ano passado”. Considera que o “excelente desempenho” alcançado o ano passado assenta em premissas que se vão manter este ano, como sejam “o pré-posicionamento de meios nas zonas de maior risco”, a “monitorização e avaliação permanentes”, uma “deteção precoce” e o “despacho imediato e musculado de meios”.

Os meios disponíveis para a época de incêndios, que começa na sexta-feira, são este ano reforçados em 3%, em relação a 2019, nomeadamente com mais guardas florestais e sapadores florestais e um dispositivo aéreo.

Na fase IV – de 01 de julho a 30 de setembro- a mais crítica, o dispositivo distrital de Santarém contará com 49 Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) mais 25 Equipas Logísticas de Apoio ao Combate (ELAC), com 295 operacionais, a par de 21 equipas (105 elementos) das Equipas de Intervenção Permanente (EIP), de meios técnicos e humanos da AFOCELCA – Agrupamento Complementar de Empresas de Proteção Contra Incêndios, Associação de Produtores Florestais, ICNF, militares do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro, agentes da PSP e militares da GNR/SEPNA), além de apoio ao nível de postos de vigia e sistema de videovigilância, entre outros.

No âmbito do comando e controlo, o dispositivo conta com um comandante em permanência no Comando Distrital, um oficial de planeamento, dois comandantes de operações em permanência na Lezíria e no Médio Tejo, três equipas de posto de comando operacional e oito equipas de reconhecimento e avaliação da situação.

Prioridade à prevenção da Covid-19 entre os operacionais

Para este ano, o comandante Mário Rui Silvestre fez notar a sua “preocupação face à problemática da covid-19” que vai ser uma segunda batalha a par da batalha contra os incêndios. O comandante distrital deu conta da implementação de “medidas de mitigação e não contaminação dos operacionais”.

Mário Rui Silvestre afirma que vão “implementar regras de conduta diretamente relacionadas com o ambiente operacional”, dando como exemplos a “obrigatoriedade de máscaras na deslocação dentro dos veículos”, um “maior distanciamento entre operacionais quando não se encontram em ação direta de combate aos incêndios” e a tomada de “refeições com um maior distanciamento social”. Estas medidas visam tentar mitigar eventuais contágios, muitas delas fazem parte dos planos de contingência dos próprios corpos de bombeiros e outras “advirão de diretivas nacionais”.

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