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O fujão Barroso arrependeu-se

            O transacto dia 16 de Junho de 2020 fica para a história, porque foi aquele em que Zé Manel Fujão, também conhecido pelo nome de Durão Barroso, nos veio dizer que, se soubesse o que sabe hoje, não teria teria apoiado a invasão do Iraque, nem sido o hospitaleiro anfitrião da Cimeira das Lajes.

            Conhecendo-se o Zeca Fujão, que não verbaliza uma palavra sem um qualquer objectivo secundário que lhe encha os bolsos de avantajadas esportulas, o pensamento que logo me surgiu, ao ser confrontado com essas declarações, foi: quais são os interesses da Goldman Sachs ou do próprio (vai dar ao mesmo) que o levam a este acto de contriçãozinha?

            Atendendo a que apenas ouvi as parcelas do podcast da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento que foram veiculadas na comunicação social, e como não quero ser tremendamente injusto para com o “palestrante”, confio que, nesse  momento de “puro” arrependimento, o Cherne se despiu das suas opacas e platinadas escamas, reconhecendo que, se não houvesse colaborado no que culminou na Segunda Guerra do Golfo, jamais haveria chegado à presidência da Comissão Europeia.

            O caro leitor deve estar a perguntar-se: acredita no que acabou de escrever acerca desse reconhecimento por parte do pisciforme banqueiro? É óbvio que não! Há muito que deixei de crer no Pai Natal e até estou inteirado de que não o fez. Além de que uma pessoa como Durão Barroso não nos merece crédito suficiente para lhe afiançar o benefício da dúvida.

            Percorrido este breve caminho, alcanço a fase do artigo em que mando uma bicadazinha ao partido em que milito. Por motivos que politicamente me escapam, de vez em quando, lá aparece o Zeca Fujão como convidado do PSD para falar disto ou daquilo, como se fosse alguém que os filiados e simpatizantes quisessem escutar.

            Ora, se os nossos não gostam da figura – basta estar nos locais em que o Camarada Veiga  se apresenta para começarem as invectivas em surdina –, quanto mais os eleitores que o Partido Social Democrata quer conquistar e que não estão vinculados a um parco respeito institucional decorrente de este ter ocupado o cargo maior da nossa agremiação.

            Sempre que o PSD se associa a José Manuel Durão Barroso, o PSD perde uns tantos votos de gente que é relembrada do que aconteceu nesses idos tempos do início do século XXI.

            Quem se poderia esquecer de um incumbente que, estando o País em notórias dificuldades,  depois de prometer que não nos abandonava, resolve rasgar o mandato que os portugueses lhe conferiram e, aos pinotes de felicidade, se põe correr para Bruxelas?

            Curiosamente, fomos acareados com um comportamento algo similar perpetrado por Mário Centeno, o ex-Ministro das Finanças que, no dealbar de uma crise económica emergente de uma crise saúde pública, decide abandonar a frágil escuna lusitana e refugiar-se no Banco de Portugal.

            Apesar de Mário Centeno não passar de um burocrata com o sonho de se transformar num eurocrata (dada a estrutura do sistema financeiro da Zona Euro, tal já se concretizou),  o que está longe das práticas flibusteiras do Fujão Durão, ambas as saídas são recompensas razoavelmente comparáveis.

            Porém, num caso, as consequências da premiada simpatia foram tremendas, desembocando numa “guerra santa” sustentada em falsidades e para fins que desafiam o pomposo epíteto que, a dada altura, se conferiu ao conflito marcial: “Operação Liberdade do Iraque”; no outro, fica a mácula de um indivíduo que optou por ganhar mais 10 mil euros por mês (de cerca de 7000 para próximo de 17000), assim que explodiu uma situação calamitosa com resultados ainda por determinar, mas, certamente, de extrema violência para o nosso povo.

            É o que temos!

João Salvador Fernandes

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