O regozijo corre venífluo entre os extremos do meu espírito opinativo! Observo-me, de novo, a escrever artigos para um periódico herdeiro do jornalismo sério e honestamente resoluto que tornou “O Ribatejo” num semanário de referência no Distrito de Santarém. Desejo, por conseguinte, a maior fortuna a todos os que estão envolvidos no projecto “Mais Ribatejo”, não deixando de salientar o esforço e a dedicação do nosso caro João Baptista. Boa sorte!
Em tom exordial, incido estas estreantes elucubrações num tema recente que reputo de relevante para os leitores: a escolha de Isaura Morais, ilustre Presidente da Câmara de Rio Maior, para cabeça-de-lista da candidatura do PSD pelo círculo eleitoral de Santarém nas legislativas que se avizinham.
Confesso-vos que, quando a Comissão Política da Distrital de Santarém do Partido Social Democrata apresentou os nomes dos pretendentes a um lugar de deputado na Assembleia da República, me senti deveras desmotivado. Sem negar o valor e o mérito de muitas das pessoas que, até ver, compõem essa relação de concorrentes, a falta de representantes de uma grande parte dos concelhos que integram o Distrito de Santarém, acompanhada, por seu turno, da repetição de representantes de certos municípios, fez-me torcer o nariz: não a considerei – nem considero – equilibrada.
Chamem-lhe bairrismo, mas, de igual modo, o facto de me aperceber que a Secção do PSD de Abrantes foi completamente menosprezada pelas cúpulas decisoras, além de surpresa, provocou-me um amargo de boca daqueles que não se esquecem tão cedo! E enfatizo a palavra surpresa, uma vez que a actual direcção da concelhia abrantina, havendo indicado dois militantes mais do que capazes de ombrear com, por exemplo, o aspirante a parlamentar sugerido pela Secção do PSD da Chamusca, apoiou impetuosamente o oureense João Moura, aquando do sufrágio partidário interno que o entronizou como presidente da aludida comissão política distrital.
Também não consigo ignorar que estas opções, de uma maneira que carece de justificação, condenam Duarte Marques e Nuno Serra a uma espécie de obsolescência forçada. Qualquer espectador atento reflectirá e concluirá que não se passa do estatuto de digno servidor do País a completo proscrito sem uma razão ponderosa; uma razão, a bem da transparência e da fidúcia políticas, que tem de ser explicada.
Felizmente, Rui Rio não desapontou. Rui Rio acertou em cheio! Como as listas ainda não estão fechadas, e confrontado com a hierarquização subjectiva que lhe foi entregue, o líder do PSD logo compreendeu que era necessário empoderá-la, ofertando a respectiva dianteira a um rosto probo e consensualmente credível: a Isaura Morais.
Assim, enjeitando dúvidas temerosas e tremedoras, afirmo que estamos perante uma alcaidessa, de reconhecida competência na gestão da coisa pública, habituada a vencer nas urnas; ou seja, perante uma personalidade regional que não precisa de manobras de bastidores para que nela pensemos como alguém habilitado para comandar o barco social-democrata nas águas agitadas do Distrito de Santarém.
Apesar desta benfazeja designação, não obstante, mantenho as supramencionadas apreciações negativas, esperando que sejamos acareados, no PSD, com inesperadas e inspiradoras mudanças até ao fim do processo de determinação de candidatos à Assembleia da República.
O que não invalida que, com Isaura Morais em primeiro lugar da lista, a campanha eleitoral saiba melhor! Garanto que saberá!